Uma tempestade perfeita está se formando para as empresas globais: a combinação de envelhecimento populacional, adoção de novas tecnologias de automação e aumento da desigualdade. Esses três fatores podem se somar e desencadear revoluções muito maiores que as experimentadas pelo mundo nos últimos 60 anos.
Com o final da era do pleno emprego, a Bain prevê que o crescimento da força de trabalho vai se desacelerar 0,4% ao ano nos anos 2020. Essa retração, nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), pode resultar em uma queda do PIB de US$ 5,4 trilhões até 2030.
Diante de uma crescente escassez de mão de obra, as empresas e os investidores tendem a investir cada vez mais em tecnologias de automação. Segundo Karen Harris, líder global da prática de macroeconomia da Bain & Company, a medida pode causar uma falsa impressão.
“O crescimento temporário do emprego acabará sendo ofuscado pelo crescente descompasso entre o potencial de produção e o poder de compra para dar conta de tamanha capacidade”, afirma Karen. Isso quer dizer que as novas tecnologias poderiam alimentar uma expansão de 10 a 15 anos, seguida de um colapso.
No cenário básico, a rápida disseminação da automação pode eliminar de 20% a 25% dos empregos atuais – o equivalente a 40 milhões de trabalhadores deslocados – e diminuir o crescimento salarial para muitos outros trabalhadores.
Os benefícios da automação muito provavelmente fluirão para apenas 20% dos trabalhadores – principalmente os mais bem remunerados e qualificados –, bem como para os proprietários de capital. Como resultado, a automação terá o potencial de aumentar significativamente a desigualdade de renda e, por extensão, de riqueza.
Leia nesta edição:
CAPA | TECNOLOGIA
Centros de Dados privados ainda geram bons negócios
TENDÊNCIA
Processadores ganham centralidade com IA
TIC APLICADA
Digitalização do canteiro de obras
Esta você só vai ler na versão digital
TECNOLOGIA
A tecnologia RFID está madura, mas há espaço para crescimento
Baixe o nosso aplicativo