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Pagamento sem contato: um mercado em transformação para gerar mais conveniência e segurança

Por Maria Juliana do Prado Barbosa (*)

O mercado de meios de pagamento está aquecido e promete uma série de transformações nos próximos anos, impulsionado pelos dispositivos conectados que devem chegar, segundo o Gartner, a 20 bilhões até 2020. Neste cenário de oportunidades, as tecnologias sem contato (contactless) devem crescer para oferecer mais conveniência, segurança e agilidade nas transações.

Atualmente, encontramos cartões com NFC (Near Field Communication), tecnologia que permite a troca de informações entre dispositivos sem a necessidade de cabos ou fios, apenas com a aproximação física, o que torna a compra muito mais rápida, além de acabar com as filas nos pontos de venda.

A gigante Apple lançou essa semana, no Brasil, seu serviço de pagamento, o Apple Pay. O País é o primeiro na América Latina e o 21º no mundo a receber a funcionalidade lançada há três anos nos Estados Unidos. Com o Apple Pay, o consumidor pode realizar pagamentos no varejo físico usando o celular ou o Apple Watch no lugar do cartão. Pode-se, também, pagar compras em lojas e aplicativos, nos moldes de carteiras virtuais como PayPal e PagSeguro.

Com o aumento dos terminais sem contato, dispositivos móveis e roupas inteligentes poderão ser utilizados, cada vez mais, como meios de pagamento, o que certamente provocará uma revolução no varejo, que precisa se adaptar a essa nova forma de se relacionar com o cliente final.

Hoje, algumas redes que trabalham com o modelo de venda direta já realizam parcerias com as empresas de pagamento. Para os lojistas de pequeno e médio porte, as fintechs estão fornecendo soluções independentes e mais econômicas para simplificar e integrar processos de ponta a ponta. Nos Estados Unidos, a expectativa de algumas consultorias é de que mais da metade das empresas aceitarão meios de pagamento sem contato até o final deste ano.

Outro setor que tende a se beneficiar com as soluções contactless é o transporte público. A Visa, por exemplo, pretende lançar no Brasil, ainda este ano, o sistema que permite pagar as passagens com cartão de crédito, débito e até com celular. Conhecida como Mass Transport Transaction (MTT), a tecnologia consiste em colocar chips nos leitores de bilhetes de ônibus, metrôs e trens para que os cartões Visa também sejam aceitos. A leitura dos dados é realizada simplesmente com a aproximação. Em operação no metrô de Londres desde 2014, o pagamento sem contato já superou a utilização do cartão de transporte local, segundo a empresa.

A Mastercard também oferece este tipo de tecnologia implementada, no final do ano passado, em frotas inteiras de Jundiaí (SP), considerada a primeira cidade a oferecer esse meio de pagamento em todos os ônibus da cidade. A parceria permite que os usuários dos transportes públicos utilizem os cartões Mastercard sem contato e carteiras digitais de celulares para pagarem suas passagens diariamente nas catracas.

A transformação digital tão presente neste área de meios de pagamento coloca o setor num momento privilegiado, em que soluções contactless tendem a ocupar um espaço de destaque, além de incentivar o surgimento de novas tecnologias para complementar este ecossistema dinâmico de inovação. As transações digitais vieram para ficar e impulsionar as relações de compra e venda de uma forma mais amigável e transparente.

(*) Maria Juliana do Prado Barbosa, diretora da Cards Future Payment, uma das principais feiras do setor, que será realizada nos dias 15 e 16 de maio, no Transamérica Expo Center, em São Paulo.

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