O Simples Nacional, modalidade de tributação simplificada para as micro e pequenas empresas, deste ano trouxe diversas mudanças, como a entrada de novas atividades e um novo teto de faturamento para adesão ao programa, que passou de 3,6 milhões para 4,8 milhões. Mas nenhuma nova regra apresentada está se mostrando tão impactante para a gestão dos pequenos negócios como a mudança dos cálculos para as declarações do imposto sobre os rendimentos dessas companhias.
Quem é gestor ou pequeno empresário, já percebeu que, apesar do nome, o modelo de tributação com o novo formato de cobrança se tornou mais complicado. A partir de agora, a alíquota usada para definir o valor de imposto a ser pago, que era baseada no faturamento mensal e podia ser acompanhada mais facilmente, passa a ser definida pelo faturamento bruto acumulado dos últimos 12 meses e necessita de constante monitoramento pois, a empresa pode pagar mais se faturar mais, ou o inverso, pagar menos se faturar menos.
Em outras palavras, as pequenas empresas vão precisar monitorar de perto e registrar com cuidado todo o faturamento anual, além de fazerem o próprio enquadramento nos limites de faturamento pré-estabelecidos pelo governo, dentro das normas publicadas pela Receita Federal (RF), os chamados Anexos. Dessa forma, o Fisco pode comparar os dados fornecidos, com muito mais assertividade, e evitar casos de corrupção e lavagem de dinheiro, o que é um ponto positivo.
Mas por outro lado, as pequenas empresas se tornam muito mais vulneráveis às penalidades da lei, como multas e, em casos mais graves, até a exclusão do Simples Nacional, se não forem capazes de atender os prazos para envio dos dados fiscais ao Governo. E se não fosse o suficiente, o Simples desse ano apresenta mudanças em relação ao Fator R, que é a porcentagem do faturamento destinada a gastos com folha de pagamento, e que não é mais exclusiva do Anexo V.
Ou seja, 2018 está se mostrando um divisor de águas para os gestores, no qual quem tiver uma administração consolidada e eficiente terá mais chances de sobreviver no mercado, por questões fiscais! Mas calma, não criemos pânico. Apesar de ter mudado bastante, o Simples Nacional ainda é uma das melhores formas dos pequenos negócios declararem seus rendimentos, por isso, listei abaixo 5 dicas para tornar essa transição mais fácil:
1- Estude as mudanças: Separe um tempo para ler com atenção os novos Anexos do Simples, para optar pelo regime tributário mais vantajoso para a sua empresa porque pode ser que o Simples Nacional não seja o regime mais viável. Aproveite para conhecer as duas formas de recolhimento tributário além do Simples Nacional: o Lucro Presumido, para empresas que faturam até R$48 milhões por ano, e o Lucro Real, para empresas que têm faturamento anual superior a R$48 milhões.
2- Converse com sua contabilidade: Equipes financeiras e serviços de contabilidade são elementos importantes para uma boa gestão dos negócios, assim como um bom sistema de gestão, por isso, utilize-os. Não poupe perguntas, e não deixe passar nenhuma dúvida.
3- Faça projeções: Após compreender as mudanças do imposto, planeje como será o andamento do negócio ao longo do ano, reveja o histórico de faturamento dos anos passados, e crie metas e indicadores para servirem de base para as tomadas de decisões que podem impactar nas receitas corporativas. Lembre-se, a alíquota do imposto se ajustará de acordo com seus ganhos.
4- Integre, integre tudo: Mais do que nunca, as áreas que compõem as estruturas de negócios deverão se comunicar entre si para informar as movimentações financeiras, como gastos com compras, folha de pagamento, impostos, e claro, os ganhos Nesse cenário, um sistema de gestão, ERP, completo e automatizado se torna uma ferramenta poderosa para conectar processos de diferentes setores, fornecer insights, e dar uma visão abrangente de tudo o que está acontecendo na companhia.
5- Compartilhe experiências: Por fim, uma dica importante é conversar com outros empresários e empreendedores, trocar ideias. Compartilhar conhecimentos é uma maneira de aprender, sanar dúvidas, e ficar sabendo das novidades.
Com as novidades apresentadas esse ano, o novo Simples Nacional é uma oportunidade ímpar para os gestores das pequenas empresas reavaliarem seus conceitos de administração. Por isso, é fundamental não perder mais tempo e já ir atrás das melhores práticas de gestão adotadas pelo mercado, além de um ERP capaz de acompanhar a evolução dos negócios, para garantir o cumprimento das demandas fiscais, que estão se tornando mais exigentes a cada ano que passa.
*Fábio Túlio é CEO da Jiva
Leia nesta edição:
CAPA | TECNOLOGIA
Centros de Dados privados ainda geram bons negócios
TENDÊNCIA
Processadores ganham centralidade com IA
TIC APLICADA
Digitalização do canteiro de obras
Esta você só vai ler na versão digital
TECNOLOGIA
A tecnologia RFID está madura, mas há espaço para crescimento
Baixe o nosso aplicativo