A transformação do negócio em função da evolução tecnológica dos mercados é um movimento inevitável para todas as empresas. Quem faz a avaliação é Alexandro Barsi, sócio-fundador da Verity, empresa especializada em consultoria para transformação digital.
A avaliação do executivo vai em linha com o movimento do mercado. Os investimentos na transformação digital das empresas na América Latina deverão consumir US$ 57 bilhões até 2020, representando 40% das despesas com tecnologia da informação, prevê a International Data Corporation (IDC). As companhias estão sentindo a pressão global para continuarem avançando nessa área em ritmo mais acelerado, de acordo com a consultoria.
Barsi alerta, porém, que muitas dessas companhias ainda não se encontram totalmente maduras para esse movimento. “Vemos que muitas delas não sabem quando e nem por onde começar”, avalia. “Estender suas operações e sua presença para o meio virtual, em um primeiro olhar, pode parecer uma tarefa natural para a equipe de tecnologia, mas na verdade, trata-se de um grande desafio que envolve diferentes áreas de uma companhia”, afirma.
É consenso entre profissionais de mercado que os atuais investimentos corporativos, mais do que nunca, têm como objetivo tornar as instituições mais tecnológicas e competitivas. “No entanto, promover essa transformação em uma organização que já atua no mercado com algum sucesso é como trocar as rodas de um carro em movimento, ou realizar a ampliação de um edifício que já possui desafios estruturais”, afirma o especialista.
“Fala-se muito, por exemplo, da criação de APIs, Plataformas Digitais e até mesmo de Inteligência Artificial, só que muitas das vezes, por falta de uma atuação sinérgica entre Tecnologia e Negócio, essas ‘soluções maravilhosas’ podem complicar muito mais uma operação do que aprimorá-la”, complementa.
Barsi diz que para o investimento em transformação tecnológica ser efetivo aos desafios do negócio, é essencial eliminar as fronteiras entre as áreas de Negócios e de Tecnologia. “O avanço não mais permite discussões entre visões dissonantes a respeito do projeto ou software que deve ser implementado, considerando apenas questões comerciais ou facilidades de aplicação no sistema vigente. A realidade do mercado pede agilidade, qualidade, competitividade e valor”, avalia.
Na sua empresa, a Verity, que promove projetos de transformação digital para outras companhias, Barsi já vem sentindo esse movimento nos últimos anos. Ele conta que fechou 2016 com um crescimento de aproximadamente 30% quando comparado com o ano anterior e que, mesmo com o foco em manter a base de clientes, conseguiu aumentar a carteira no ano passado.
A Verity conta com grandes clientes, como Riachuelo, AXA, Cardif, Banco Carrefour, Sul América, Atacadão, Sephora, entre outras organizações, que proporcionaram um crescimento médio de 28% ao ano. Barsi diz que isso só foi possível graças à mudança de mentalidade das empresas. “O momento é de integração. A área de negócios deve enxergar a de tecnologia como um meio, bem como a de tecnologia ver a de negócios como fim”, afirma, “Ambas com um só o propósito: a entrega de valor para seus clientes e acionistas.”
Ele diz que esse movimento deve ganhar traços mais claros em 2018. “Integração é a palavra da vez. E ela não se refere apenas a softwares, plataformas e sistemas, mas também de profissionais, equipes e gestores”, afirma. “Somente esse trabalho de arquitetura em 360 graus pode definir quais as ferramentas e métricas ideais para o cumprimento dos grandes objetivos: impulsionar os resultados e satisfazer o cliente”, conclui.
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