A exemplo da Índia, que se tornou um grande polo mundial como indústria de software e serviços de TI com atuação no mercado global, o objetivo do “Amazonas sem Fronteiras” é transformar a realidade de comunidades no interior do Amazonas e de jovens em vulnerabilidade social ou com algum tipo de deficiência, que tenham terminado o nível fundamental de ensino e ou estejam cursando o ensino médio.
Com conceito inovador, o projeto busca impulsionar a formação tecnológica de povos e comunidades tradicionais em pleno coração da floresta, bem como promover conectividade e desenvolvimento sustentável no interior do Amazonas.
“Amazonas sem Fronteiras” é um projeto social proposto pela Sister Special, Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP que nasceu no Amazonas e que atua em parceria com outras organizações similares em todo País na formação e capacitação de adolescentes vulneráveis socialmente e pessoas com deficiência, com o objetivo de levar educação tecnológica para essa região tão carente.
A iniciativa conta com a participação de uma grande rede de apoiadores envolvidos com a causa e também apoio do primeiro setor, entre eles, a parceria com a cidade de Juruá, município sede do projeto onde será instalado o 1º Centro de Educação Tecnológica do projeto, ¬que abrigará aulas presenciais e aulas interativas (professor-aluno-professor) via internet sem fio e Smart TVs, salas com computadores e estúdio de transmissão, links de redes e IoT, a partir da base de fibra de operadoras ou via satélite.
O sinal de internet sem fio será transmitido da sede da escola de Juruá para as salas de aula online instaladas em 8 subpolos (sedes dos municípios ou sede das comunidades indígenas), que compreendem: São Paulo de Olivença, Fonte Boa, Carauari, Tefé, Caiçara, Maraã, Coari e Eirunepé.
Com a proposta de romper diversas fronteiras: do isolamento, da vulnerabilidade social, do conhecimento, da tecnologia, do desenvolvimento local e da desigualdade total e absoluta, o projeto também fortalece saberes locais, leva respeito, dignidade e valoriza os verdadeiros guardiões da floresta, trazendo novas perspectivas e possibilidades de desenvolvimento para o interior da Amazônia e também apresenta a importância desta região para o Brasil e para o mundo, de dentro para fora, com a apropriação da tecnologia por estas comunidades.
De acordo com dados da região, cerca de 790 mil pessoas têm algum tipo de deficiência no Estado do Amazonas e mais de 1 milhão enfrentam dificuldades para ter acesso à educação, cursos técnicos e formação tecnológica. A proposta busca trazer novas alternativas para mudar essa matriz econômica do interior do Estado, com base no binômio: educação e acesso à tecnologia, o que não é simples de se resolver em se tratando das adversidades e características locais específicas, onde até luz é difícil de chegar, ainda mais a internet.
É preciso entender que nesta região, as estradas são os rios, sendo impossível pensar um projeto de educação que facilite o acesso à população carente, sem o recurso da internet. Atualmente, a interligação entre estas localidades se dá basicamente por vias fluviais, compostas pelos rios que cortam toda floresta, em alguns casos, chegar até Manaus, pode significar até 20 dias viajando de barco.
O Fundo Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente de Juruá assinou um termo de fomento com a Sister Special e juntos lançam oficialmente a plataforma online desenvolvida para orientar os contribuintes a destinarem parte do Imposto de Renda (IR) para o projeto. Esta destinação deve ser feita para o Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Juruá até o fim do ano, que no caso deste ano o prazo vence no último dia útil, 29 de dezembro de 2017.
Como destinar o IR para o Amazonas sem Fronteiras?
O contribuinte interessado em fazer a doação para o projeto, pode entrar no site: www.amazonassemfronteiras.org.br. Se as doações forem realizadas ainda dentro deste ano (até 29/12), a pessoa física pode descontar até 6% do IRPF devido na declaração (usando modelo completo) e as empresas, pessoas jurídicas– podem deduzir até 1% do IR devido (empresas tributadas pelo lucro real).
Muita gente não sabe que parte do Imposto de Renda (IR) pode ser destinado para fundos e programas sociais, considerando as possibilidades previstas na legislação, e que muitos projetos são mantidos por estas doações. Para isso, é preciso doar até o último dia útil do ano de referência, neste caso, 29 de dezembro de 2017.
No caso das pessoas físicas, que têm imposto retido na fonte, também é possível realizar a doação para posterior devolução do total da destinação, desde que dentro do limite de 6% do IR devido.
Pessoas físicas e jurídicas que quiserem apoiar o projeto diretamente podem fazer as contribuições espontaneamente, de forma mensal ou anual, como sócio contribuinte, fazendo parte da rede de apoiadores do projeto.
Conectando uma região extensa
Mais do que um projeto de educação profissionalizante e de inclusão tecnológica e digital, o Projeto Amazonas sem Fronteiras deverá ter grande influência no cotidiano das pessoas que vivem em uma região de extrema dificuldade econômica e de difíceis condições de vida, ainda que extremamente farta e rica em recursos hídricos e de peixes e frutos da floresta.
A partir de Juruá, cidade sede, que tem realidade comum aos demais municípios abrangidos pelo projeto. Ao todo, cerca de 100 mil pessoas deverão ser impactadas diretamente. Devido à vastidão territorial do Amazonas, o projeto vai chegar a municípios que distam 551 Km em linha reta da cidade de Juruá, a qual fica a 672 km de Manaus, capital do Estado.
Há municípios que demoram até 20 dias para chegar em Manaus, de barco. Quando falamos do Amazonas, estamos falando de distâncias enormes que mesmo de carro levaria horas de viagem para atravessar tamanha extensão.
O 1º Centro de Educação Tecnológica será instalado em um prédio de 600 m², já construído no município de Juruá e em fase de acabamento, que irá abrigar o hub central do projeto. Este centro ligará as comunidades por meio dos 8 subpolos, formando assim um Corredor de TI em pleno Amazonas.
Os cursos irão suprir uma demanda existente no mercado de trabalho por profissionais especializados nas referidas áreas e que podem trabalhar à distância, vivendo em suas próprias regiões e comunidades. O amplo campo de atuação do Técnico em Análise e Desenvolvimento de Sistemas envolve a prestação de serviços como Consultor Estratégico em Tecnologia da Informação, Gestor de Segurança em TI e Projetista de Soluções em TI. Os cursos terão a duração de 24 meses e 2.920 horas-aula, autorizados pelo MEC- Ministério da Educação e Cultura.
No final do curso, estes alunos estarão aptos a atuarem com consultoria e gestão de TI, desenvolvimento de sistemas, softwares, aplicativos, serviços e soluções, com visão de internet das coisas (IoT), área crucial ao desenvolvimento dos países nos próximos anos. Além de gerenciamento, segurança e implantação de redes, sites dentre outras soluções tecnológicas e áreas de atuação possíveis com esta formação técnica.
O grande efeito transformador deste projeto é o empoderamento destas (jovens adolescentes), a partir do acesso às tecnologias, educação, oportunidades e possibilidades de desenvolver suas próprias regiões e estarem conectados com o mundo.
Leia nesta edição:
MATÉRIA DE CAPA | TIC APLICADA
Campo digitalizado: sustentabilidade e eficiência
TELECOMUNICAÇÕES
Infra para Conectividade: competição quente
NEGÓCIOS
Unidos para inovar
Esta você só vai ler na versão digital
APLICAÇÃO
A boa gestão de mídias sociais fortalece a marca
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