Por Douglas Pesavento*
A Internet das Coisas é um tema obrigatório quando se fala sobre os avanços e as tendências tecnológicas na área da Saúde. Os números que apontam para o crescimento das aplicações IoT são impressionantes. Já é possível perceber que os principais setores da sociedade estão sendo completamente remodelados com a ajuda da conectividade e das informações em tempo real que a internet traz.
A tendência é que a presença de objetos conectados à internet seja cada vez maior e isso já está transformando totalmente a forma como interagimos com o mundo à nossa volta. E no campo da Saúde essa “interação” também começou e isso só tende a aumentar. Segundo levantamento do International Data Corporation (IDC), até 2020 o mercado mundial de solução para a Internet das Coisas deve movimentar US$ 7,1 trilhões.
Na área de saúde, especialmente, são muitas as tendências tecnológicas desta natureza voltadas ao setor e que tendem a provocar um impacto significativo na saúde e no bem-estar dos pacientes. Com a evolução tecnológica, o número de gadgets capazes de capturar e ajudar a monitorar sinais de saúde, doenças e características de cada um, individualmente, vem crescendo exponencialmente e surgem diversos dispositivos wearable, que propõem uma integração ainda maior do corpo humano com a tecnologia.
A ideia do próprio paciente ter autonomia em relação a sua saúde, com os chamados Personal Health Recorder (PHR) é outra aposta. O cruzamento de informações provenientes de diversas fontes e tecnologias, que conversam entre si, ajuda a acelerar os diagnósticos, disponibilizando assim aos pacientes as informações mais relevantes de sua saúde. Por último, a impressão tridimensional promete mudar muito em breve as estruturas dos materiais e equipamentos médicos, assim como reduzir muito os custos. Com essa tecnologia, não apenas os médicos, mas também os pacientes vão sair ganhando, pois a tecnologia permitirá a produção de itens personalizados, adaptados perfeitamente às necessidades fisiológicas de cada paciente.
Em suma, o setor de saúde pode ser (e já está sendo) muito aprimorado com o uso cada vez maior de objetos conectados à grande rede, facilitando ou criando ações de todo tipo. As tendências e inovações chegam à área da Saúde, especialmente no que diz respeito a tecnologias voltadas para o cuidado com o paciente. Não importa a forma, o principal é que todos esses dispositivos ou sensores juntos irão revolucionar a medicina e a vida dos pacientes. Em pouco tempo será possível acessar dados de saúde e todo o histórico de pacientes a qualquer hora, em qualquer lugar, com base em informações vindas de dispositivos conectados. Ou seja, todas as informações de cada paciente (alergias, preferências médicas, doenças crônicas e outros dados relevantes) – estará “guardado” em um mesmo lugar. Assim, as idas aos consultórios poderão ser reduzidas significativamente.
Mas, será que é possível mesmo monitorar tudo isso? A reposta é simples: claro que sim e cada vez mais. O monitoramento de todos esses sensores pode ocorrer de formas variadas, pois cada situação requer algo específico. Eles podem propagar informações tanto por redes cabeadas tradicionais, como por redes wireless 3G e wi-fi e até por redes telefônicas, e em último caso, podem ser empregados métodos menos utilizados como os de radiofrequência em locais de difícil acesso ou sem acesso a internet.
É evidente que, em comparação com os países de Primeiro Mundo, a realidade do Brasil ainda é outra e o país ainda engatinha nessas ações. No entanto, merece ser destacado que já contamos com alguns recursos significativos. A cada dia surgem novas empresas no Brasil empenhadas em encurtar essa trajetória e que estão desenvolvendo recursos de monitoramento à distância que podem ajudar a fazer a grande diferença na vida e na saúde de pacientes em todo o país. Caminhar rumo à tecnologia é inevitável.
(*) Douglas Pesavento é CEO da Sensorweb, startup que desenvolve soluções em Internet das Coisas (IoT) para a Saúde e que é responsável pela unidade de conectividade da FANEM
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