Diante do cenário de profundas e rápidas transformações sociais, econômicas e de costumes nos tempos atuais impulsionadas pela revolução digital no dia a dia das pessoas, estamos vivendo em um mundo onde a incerteza está se transformando em rotina. Tudo está mudando muito rápido. Isso vale para mim, como pessoa física, mas também para as empresas, que precisam se adequar às constantes mudanças dos mercados onde atuam, e, assim, não perder espaço para concorrentes, startups ou novos formatos de negócios.
Um dos conceitos mais difundidos nos últimos tempos entre líderes e pensadores do mundo dos negócios é a chamada organização bimodal, que defende a ideia de que a empresa deve colocar em prática dois estilos distintos de gestão. O primeiro estilo, chamado de modal 1, é previsível e tem por objetivo aprimorar e renovar processos já definidos entre as áreas de uma companhia, garantindo assim o pleno funcionamento das operações e aplicações voltadas as tarefas diárias dos empregados. Já o modal 2 é o estilo onde a inovação, a criatividade e a exploração predominam com mais liberdade do que no estilo modal 1, e busca experimentar, errar e acertar com rapidez.
Entretanto, o caminho para transformar a empresa em uma organização bimodal é longo e trabalhoso, e passa diretamente por transformar seu colaboradores de profissionais monomodal para profissionais bimodal.. Por apresentar quebras de paradigmas e profundas mudanças na cultura das empresas, é frequente a necessidade de lidar com alguns desafios, como a resistência dos profissionais em aceitar esse modelo de trabalho e entender o papel de cada um no processo, que, por si só, já é disruptivo.
Os colaboradores têm perfis diferentes e necessários à empresa e os classificamos como perfil modal 1 e modal 2. Eles precisam atuar de maneira harmônica e integrada para gerar melhores resultados aos negócios: enquanto o modal 2 traz a inovação, o modal 1 foca na estrutura para integra-la às operações cotidianas da empresa, de forma a entregar essa inovação para o cliente. E assim, sucessivamente, vão se repetindo os processos bimodais. É o que chamamos de ciclo bimodal. Penso que todos os profissionais deveriam buscar ser bimodais na sua área de atuação. O profissional que aceitar a mudança e se preparar para ela garantirá sua empregabilidade no futuro.
Em síntese, uma empresa bimodal tem como princípio incorporar a inovação na sua rotina de trabalho e transformar seus colaboradores em profissionais bimodal. Isso traz como consequência um clima interno mais amigável, uma estrutura de operação mais enxuta e profissionais multidisciplinares, o que permite uma maior flexibilidade hierárquica, tornando a empresa mais rápida, ágil e flexível. O resultado é ganho de eficiência, produtividade, redução de custos, e, principalmente, proporcionará uma melhor experiência para o cliente.
O Gartner, instituto global de pesquisa de mercado, alerta para a necessidade de adoção do conceito de TI Bimodal desde 2014. Na visão do Gartner, da qual compartilho, o bimodal reúne a renovação e suporte da TI, somados à abordagem exploratória para o desenvolvimento de novos produtos e serviços digitais, o que é essencial para uma empresa sobreviver e prosperar na era digital. Defende o ponto de vista que se as empresas não se reciclarem, serão fatalmente engolidas.
Nós vamos além, acreditamos que não só a TI deve ser Bimodal, mas a empresa toda tem que se preparar para ser uma Empresa Bimodal. Só assim conseguirá enfrentar os desafios da nova economia e da revolução digital que está acontecendo. O modelo bimodal manterá a empresa a frente da concorrência e será responsável pelos resultados corporativos no futuro. Mais do que a TI Bimodal a Empresa precisa ser Bimodal.
*Luis Carlos Nacif é diretor-presidente da Microcity
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