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Projetar chips: caminho para alcançar sucesso no mercado de semicondutores brasileiro

Catarinense Chipus Microeletrônica, cujo modelo de negócio se baseia no desenvolvimento de projetos de chips, é um dos cases de sucesso nacional no segmento

Quando o assunto é chip, é natural vir a mente os produzidos por gigantes do mercado internacional de semicondutores, como Intel, Samsung e AMD. No Brasil, empresas também investem na produção deste tipo de hardware. Porém, fatores ligados aos altos custos para fabricação são alguns dos desafios enfrentados para quem decide explorar o segmento. Mas há uma via que pode render bons frutos: criar projetos e oferecer para indústrias interessadas em chips personalizados, de acordo com as necessidades do seu negócio.

Esta foi a escolha feita pelos sócios por trás de uma design house brasileira, especializada em projetos de chips de baixo consumo energético, a Chipus Microeletrônica. Fundada com capital 100% nacional no final de 2008 em Florianópolis, onde é localizada a sede, sua carteira é composta por clientes da Ásia, Europa e Estados Unidos, para onde exporta projetos customizados de semicondutores.

Um dos fatores destacados como um desafio a ser superado por empresas e o próprio governo é a consolidação do ecossistema de semicondutores genuinamente nacional. De acordo com a Sociedade Brasileira de Microeletrônica, um ecossistema de semicondutores pode levar até 30 anos para amadurecer. O setor também demanda mão-de-obra cuja expertise seja a área de microeletrônica. Desde 2006, momento em que foi criado o CI-Brasil, o Governo Federal estimula a qualificação e aperfeiçoamento de profissionais para atuar neste segmento, cuja concentração é localizada em universidades públicas brasileiras.

Produzir chips é um investimento de longo prazo, mas há exceções

Ainda de acordo com a Sociedade Brasileira de Microeletrônica, o retorno do investimento para empresas que atuam no segmento é longo, já que a indústria brasileira que consome esse tipo de insumo importa cerca de 90% para a produção de produtos que precisam dos chips para seu funcionamento. A Chipus, nesse caso, é uma exceção. Prestes a completar dez anos de existência, a empresa espera faturar R$ 8 milhões até o final de 2017, quatro vezes mais que o valor alcançado até 2016. O processo de internacionalização foi fundamental para a Chipus se consolidar no mercado.

Murilo Pessatti, CEO e um dos fundadores da Chipus, enfatiza que uma das vantagens para a indústria em utilizar chips desenhados de forma personalizada é considerar as necessidades do negócio, ao invés de adquirirem os pré-fabricados. “As empresas brasileiras logo vão entender a importância de ter chips desenhados especificamente para seus produtos”, afirma.

Sobre a Chipus
Em 2009 a Chipus Microeletrônica passou a integrar o MIDI Tecnológico, incubadora mantida pelo SEBRAE/SC e gerida pela Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (ACATE), onde esteve por aproximadamente três anos. Com uma carteira composta por dez clientes internacionais, cujo portfólio reúne mais de 200 IPs (blocos de circuitos integrados que podem ser licenciados para serem incorporados em chips mais complexos), recebeu inicialmente apoio financeiro de investidores-anjo, além de subsídios importantes provenientes de editais do CNPq/MCTI, principalmente do Programa CI-Brasil, da FAPESC e FINEP. Em 2016, foi uma das contempladas pelo Fundo Criatec 2/BNDES. No mesmo ano ganhou o primeiro lugar na categoria “Empresa inovadora de micro ou pequeno porte” no Prêmio Stemmer de Inovação Catarinense, promovido pela FAPESC. Possui um escritório em Brasília e representantes em São Paulo e na Europa. Site: www.chipus.com.br.

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