A Angola Cables, operadora de telecomunicações globais, inicia a instalação do cabo submarino de fibra óptica SACS (South Atlantic Cable Sytem), a partir da costa de Angola, em Sangano, município da Quissama. Primeiro cabo a conectar Fortaleza, no Ceará, a Luanda, em Angola, pelo Atlântico Sul, a instalação do SACS é um marco importante para a conclusão do empreendimento, que representa um novo paradigma nas comunicações digitais globais.
Construído pela unidade japonesa da NEC, o cabo terá capacidade de pelo menos 40 Tbps e 6 mil quilómetros de extensão, tudo isso na velocidade luz, já que a troca de informações entre os dois continentes será feita em até 63 milissegundos, mais rápida que um piscar de olhos. A etapa atual de instalção do cabo em águas rasas é uma das mais importantes do empreendimento, por exigir a participação de diversos especialistas, como explica António Nunes, CEO Global da Angola Cables.
“A instalação do SACS em alto mar irá envolver a participação de engenheiros, profissionais de TI e mergulhadores profissionais para que o cabo realmente seja fixado com segurança em solo marítimo”, conta Nunes. Ainda de acordo com o executivo, o SACS traduz a capacidade da companhia de encontrar soluções para problemas ainda inexistentes, uma vez que o cabo foi projetado e desenvolvido para atender a demanda de dados das próximas gerações. “Durante dois meses fizemos o mapeamento completo do terreno onde o cabo será instalado no Atlântico Sul. Dessa forma, definimos o melhor caminho a ser percorrido, evitando possiveis rupturas que ele possa sofrer devido às movimentações rochosas do solo”, afirma.
Hoje, além do SACS a Angola Cables conta com outros dois grandes projetos no Brasil, totalizando US$ 300 milhões em investimentos. São eles: o cabo Monet, que ligará Miami, nos Estados Unidos a Santos, passando também por Fortaleza. Este por sua vez conta ainda com as participações do Google, Algar Telecom e Antel (Uruguai). A previsão é que ele comece a operar no último trimestre de 2017; o segundo projeto é a construção de um Data Center internacional, em Fortaleza, que será um agregador de cabos submarinos de fibra óptica. Em construção, ele iniciará suas operações no primeiro semestre de 2018.
Quando toda a rede internacional estiver concluída, Nunes ressalta que haverá uma grande mudança nas telecomunicações globais, já que a troca de dados intercontinentais passará a ser mais rápida levando cinco vezes menos o tempo atual para que o continente africano tenha acesso aos conteúdos produzidos nas Américas, região que concentra os maiores centros de produção do mundo.
“Angola está cada vez mais próxima de se tornar um dos principais centros das telecomunicações da África subsaariana. Os cabos submarinos e Data Center irão criar novos caminhos para troca de informação e nos tornar parte dos grandes circuitos internacionais”, conclui.
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