Você ainda considera os ataques cibernéticos um privilégio das grandes empresas? Acredito que não e que provavelmente você já percebeu que eles se tornam cada vez mais frequentes e democráticos, atacando a todos, democraticamente. Os hackers também têm suas organizações, formadas visando o lucro. Dispondo de técnicas inovadoras e sofisticadas, colocam seus produtos e serviços à disposição de todos, em todo o mundo, e a um preço bem em conta.
Na “deep web” você encontra, baratinho, as ferramentas necessárias para lançar um ataque DDoS (Distributed Denial of Service) você mesmo. Quem não quiser se dar o trabalho, pode comprar ataques DDoS como serviço, a preços que começam por volta de cinco dólares para coisas mais simples, como as motivações sugeridas pelo próprio vendedor no site: brigou com a namorada? Quer dar uma lição ao amigo? Sofreu uma injustiça no trabalho? E por aí vai.
O que eu quero dizer com isso ao canal é o seguinte: todos, literalmente todos, os seus clientes estão sujeitos a um ataque DDoS. Esqueça a antiga ideia de que o alvo desses ataques – capazes de impedir o acesso a sites, interrompendo, em consequência, os serviços que oferecem – seriam as empresas do setor financeiro, e os sites de jogos e de comércio eletrônico. Todos são alvos em potencial.
Como não há mais barreira de entrada para a ação do atacante, todos podem atacar a todos, por qualquer motivo, por mais banal que pareça. Esse novo cenário representa um desafio também para as revendas de soluções de tecnologia. Elas precisam estar conscientes desse panorama, e levar a seus clientes, de forma estruturada, o alerta de que eles não estão imunes aos hackers.
Isso acarreta também uma mudança de mentalidade das empresas (já não é possível achar que “simplesmente não vai acontecer”) e da perspectiva quanto aos gastos com proteção anti-DDoS, que não podem mais ser encarados como despesa, mas como investimento no progresso da empresa e de seus negócios. Como um seguro.
A essa altura é possível que você, revenda, esteja pensando: ok, entendi seu ponto. Mas não sou especialista em segurança e não saberia como abordar o assunto com meu cliente. Nesse caso eu lhe responderia que o mais importante é conhecer o negócio de seus clientes. É a partir daí que você pode identificar, em primeiro lugar, o que seu cliente precisa proteger, o que é valioso para ele. Este é o primeiro passo para saber o que fazer.
E as parcerias existem exatamente para complementar capacidades. Quem sabe uma revenda especializada em segurança pode trabalhar junto com você em projetos para seus clientes? As operadoras de serviços de telecomunicações também podem ser suas aliadas na oferta de segurança como serviço, quando for o caso mais adequado a seu cliente. E, muitas vezes, os próprios fabricantes podem ajudá-lo a encontrar o caminho certo para que você possa propor a melhor solução a seus clientes.
Fique atento e não deixe escapar novas oportunidades de negócio!
* Alexandre Mendes é diretor de canais da Arbor Networks para o Brasil
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