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IoT – Novos Modelos de Negócio & a Experiência do Usuário

Em todo e qualquer debate sobre o tema Internet das “Coisas” (IoT) com a participação de executivos de TI e/ou os gestores de Unidades de Negócio das empresas atuantes no Brasil, a primeira questão que se destaca como um dos inibidores do desenvolvimento de projetos utilizando essas novas tecnologias é a dificuldade em se definir que tipo de fornecedor deverá ser selecionado:

Que tal falar com uma empresa desenvolvedora de sensores inteligentes que numa visão simplista habilitam as “coisas”? Por que não um grande integrador de soluções de TI que teria todas as condições de incorporar as “coisas” ao ecossistema já em produção nas organizações? A opção também pode ser uma Operadora de Telecom, já que uma solução IoT (e sua enorme quantidade de dados) não sobrevive sem a que a parte “Internet” esteja presente e com o máximo de qualidade possível? E se optássemos por uma empresa de Consultoria de Projetos que funcionando como um único provedor pudesse realizar a integração de produtos / soluções dos vários agentes acima (Fabricantes de sensores, integradores, operadoras) e de outros que atendessem demandas mais especificas?

Ou seja, falar de um modelo de negócio com relação ao mercado de IoT ainda é um exercício complexo devido às inúmeras possibilidades e, principalmente, ao cenário atual no mercado brasileiro em que pululam atividades de PoC (Provas de Conceito de produtos e/ou soluções) que buscam avaliar essas soluções em aspectos como: a integração tecnológica com sistemas e aplicações já existentes, a efetividade no negócio da empresa, a viabilidade econômico-financeira tanto no aspecto de custos quanto nos retornos positivos sobre os investimentos previstos e, principalmente, como esses produtos / soluções trarão uma melhoria tangível na experiência dos clientes da organização. No cenário atual, podemos destacar dois modelos de negociação:

Modelo 1 – O modelo de negócio que vem se expandindo com mais facilidade e rapidez está relacionado àquelas empresas que já convivem há algum tempo com a Automação de Máquinas que se caracteriza pela existência de sensores que possibilitam a melhoria da eficiência e da eficácia de equipamentos em linha de produção no chamado “chão de fábrica”. Soluções de IoT, ao serem implementadas com funcionalidades relacionadas a Big Data / Analytics, se apresentam como uma evolução bem interessante à essa realidade já dominada tanto pelas equipes operacionais quanto pelos times de TI que os suportam. Nesses casos, os principais provedores são, em sua maioria, os atuais fornecedores de equipamentos orientados à Automação Industrial e que estabelecem parcerias com empresas que complementem seus produtos em vieses como Tecnologia da Informação e, Comunicação, entre outros. Nesse modelo, o usuário interno das empresas compradoras é que passa a ter sensíveis melhoria na sua experiência operacional. Consequentemente, de forma indireta, os consumidores externos tendem a ser brindados com produtos e serviços de melhor qualidade. Segmentos como Metalurgia, Saúde, Mineração e a Indústria Pesada em geral são os grandes beneficiários desse modelo de negócio. Esse modelo mostra-se claramente evolutivo em suas ofertas e traz pouca disrupção ao cenário já existente.

Modelo 2 – A proposições de negócio oriundas de provedores de TI, de consultorias / integradores ou de Operadoras se caracterizam notadamente pela disrupção; ao apostar em Internet das “Coisas” como um dos principais pilares de toda essa Transformação Digital que se insere de maneira intensa tanto nas organizações quanto nas vidas das pessoas.

Como as soluções de IoT se compõem de diversos elementos (Sensores, Internet, Apps, Protocolos distintos de comunicação dos sensores, etc.), não há um provedor que esteja habilitado para fornecer uma solução completa (“end-to-end” como se diz em TI) e o que se assiste é o estabelecimento de inúmeras parcerias que acabam ligando fornecedores até então distantes. As primeiras ofertas oriundas desses consórcios de empresas têm diversos matizes. Algumas propostas tratam e cobram por projetos completos, outras propostas, que em minha opinião tendem a ser a maioria num curto espaço de tempo, propõem a implementação de pequenos módulos (micro-serviços e / ou MVP – minimum valuable products) com modelo de cobrança “as-a-service”, ou seja, aquele em que os custos estejam diretamente relacionados ao uso dos recursos computacionais envolvidos na operação.

É evidente que esse modelo está sendo praticado pelos provedores em empresas de todos os segmentos econômicos; mas o que se constata é um maior número de projetos-pilotos em Agribusiness, Serviços e Indústria Automotiva. Em qualquer um desses segmentos, esses projetos-pilotos já trazem resultados concretos da melhoria da experiência do consumidor, senão vejamos:

  1. Carros conectados estão cada vez mais presentes em nossas ruas, oferecendo funcionalidades, informações e serviços diretamente aos motoristas e também aos gestores de frotas que podem agir preditivamente com relação a manutenções e revisões periódicas.
  2. É no campo que se vê uma multiplicação de produtos / soluções que auxiliam e suportam o Agribusiness nos seus mais variados segmentos: É cada vez maior o número de árvores em projetos de reflorestamento, de animais na Agropecuária, de Implementos Agrícolas sendo “chipados” e gerando informações que além de tornar melhor a vida dos trabalhadores, proporcionam produtos de melhor qualidade para os consumidores finais.
  3. O segmento de Serviços que é um dos mais próximos desse mesmo consumidor traz novidades a todo instante e a conversão dos PoCs é iminente e com certeza, um processo sem retorno.

Finalmente, também estamos vendo grandes fornecedores investindo somas expressivas junto a empresas / projetos com potencial de virarem referências locais e internacionais. Buscando agilizar a concretização de projetos de IoT, esse procedimento conhecido no jargão comercial, como “compra de casos de sucesso”, vêm acelerando a evolução de soluções em diversos segmentos.

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