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Internet das Coisas & Big Data Analytics – Uma grande parceria

Uma das grandes dificuldades em estar atualizado com relação às ofertas de produtos e soluções em Tecnologia da Informação e Comunicações (TIC) é a proliferação de novos termos, que num primeiro olhar parecem apenas uma nova nomenclatura para produtos e serviços já conhecidos e que tudo não passa de uma estratégia das empresas fornecedoras para alavancar novos projetos e consequentemente novas receitas.

Poderia citar inúmeros exemplos desse processo criativo mas vou me restringir a um tema que, há cerca de 10 anos, trazia esse incômodo para os gestores das áreas de TI das empresas. Me refiro ao “Business Analytics” (BA), que surgiu como uma evolução do Business Intelligence, ou simplesmente BI, e se sucedeu de forma explosiva num mercado que não conseguia distinguir a diferença entre BI e BA. Com isso, as soluções de Business Analytics foram implementadas em uma quantidade muito inferior ao que se projetava na época.

Poderia discorrer sobre as diferenças, mas vou me ater ao aspecto principal com relação às necessidades atendidas por BI ou por BA. Resumidamente, temos que soluções de Business Intelligence avaliam dados capturados das mais diversas formas e apontam através de painéis de controle, dashboards, cockpits, etc. qual o andamento e o status das operações e dos resultados nas mais diversas áreas e departamentos das organizações. Ou seja, ao analisar os dados e transformá-los em informações aderentes ao negócio da empresa, as soluções de BI possibilitam aos gestores uma melhor visão da performance e do atingimento dos resultados previstos quando da elaboração da estratégia e do orçamento da organização.

Por outro lado, as soluções de Business Analytics vão um pouco mais além, tendo como propósito apresentar, a partir da análise da base histórica dos dados capturados e tratados pelas soluções de BI, tendências futuras com relação às operações da companhia. Assim, oferece de forma analítica e estruturada, informações com potencial para revisar a estratégia da organização de forma mais assertiva e alinhada às demandas e necessidades do negócio e do mercado consumidor.

Costumo resumir as diferenças entre BI e BA com a frase “BI é uma foto e BA é um filme”, ou seja, enquanto o primeiro produz resultados estáticos movidos sempre por novos dados, o outro nos possibilita acompanhar toda a evolução das operações ao longo do tempo e efetuar a projeção mais adequada para os projetos futuros da empresa.

Toda essa introdução foi feita apenas para conceituar um pouco mais a expressão “Analytics” que novamente veio à baila Há poucos anos, quando surgiram as primeiras ofertas de soluções no modelo Big Data Analytics, novamente veio a sensação de estarmos frente a coisas já conhecidas. Afinal de contas, teoricamente sabemos o que é Analytics e grandes quantidades de dados já fazem parte do nosso dia-a-dia há muito tempo. Qual a diferença então? Big Data Analytics passa a ter fundamental importância com a explosão das redes sociais e o consequentemente crescimento vertiginoso da geração de dados, estruturados ou não, a partir da interação contínua da população com essas redes, com comércio eletrônico, com consumo de mídia, etc.

As primeiras ofertas falavam em se capturar todos os dados gerados (o que se mostrou impossível e não produtivo na maioria dos casos) e a partir de soluções de Analytics propiciar às empresas a visão das tendências de consumo, de comportamento, de utilização de recursos, etc., tanto de seus clientes atuais quanto dos clientes potenciais. A proposição se mostrava excelente, porém o que vimos foi uma grande complexidade em se capturar dados gerados nos mais variados modelos (dados tradicionais, vídeos, imagens, um novo linguajar utilizado pelos millenials, etc.) e as propostas apresentadas pelos fornecedores contemplavam ofertas muito semelhantes a Business Intelligence (“fotos”, como na minha frase acima) do que a Analytics (“filmes”)

Ainda em compasso de espera, Big Data Analytics é surpreendido pela chegada da “Internet das Coisas” (IoT) que promete a captura de dados através da instalação de sensores em qualquer coisa ao nosso redor. Devemos ultrapassar os 50 bilhões de sensores implantados antes de 2020. A grande vantagem é que os sensores podem ser programados e nos fornecem dados estruturados que são mais facilmente analisáveis em ambientes computacionais. Portanto, a comunicação entre sensores e computadores ficará muito mais simples e eficiente, o volume expressivo de dados será totalmente capturado e as análises poderão ser realizadas em tempos cada vez menores e com índices de acerto muito maiores.

IoT vai fazer com que as soluções de Big Data Analytics se aprimorem, decolem junto às empresas usuárias de produtos e/ou soluções de TIC e, principalmente, possam trazer informações mais precisas e estratégicas para todas as linhas de negócio e administrativas das organizações. Em resumo, IoT vai ser o principal impulsionador da explosão de ofertas concretas e reais de Big Data Analytics por parte dos provedores de TIC no mercado brasileiro.

O gestor de TI que souber aproveitar esse bom momento em que fornecedores de todos os portes nos trazem excelentes ofertas de IoT combinando-as com soluções de Big Data Analytics certamente passará a ter um maior destaque nas discussões estratégicas de suas empresas. A hora é essa!

Por Anderson Figueiredo, Analista Independente do mercado de TI.

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