Muito tem se falado ultimamente sobre inteligência artificial e alguns temores: poderia a máquina nos substituir? Poderia a máquina ser mais inteligente e nos dominar? Onde a inteligência artificial já está sendo utilizada? Parecem pontos de vista um tanto paranoicos às vezes, mas vamos tentar responder a alguns desses questionamentos.
Primeiro precisamos definir o que é substituir. A “máquina” vai nos substituir em algumas tarefas sim, é fato. Alguns trabalhos deixarão de existir simplesmente por serem repetitivos e não requererem mais a intervenção de um ser humano. Uma “máquina” que aprende e executa de maneira milimétrica o trabalho sem errar por milhões e milhões de vezes, que não se cansa e é capaz de corrigir o seu próprio erro em segundos, já existe. Mas a resposta correta é: não. A máquina não vai nos substituir. O que ela fará são algumas tarefas e/ou trabalhos repetitivos e que não requeiram a sensibilidade humana para funcionar.
O segundo questionamento que ouço bastante é se “a máquina” poderia ficar mais inteligente que nós e nos dominar, igual aquelas histórias de filmes. Essa é uma pergunta de difícil resposta, visto que se “a máquina” aprende sozinha coisas boas, ela sim pode aprender sozinha coisas ruins e empregá-las em proveito próprio. É uma teoria, mas depende do ser humano que programará o que “a máquina” pode ou não pode fazer. Logo, o controle será sempre do ser humano. Quando estudava no colégio técnico eu tinha um professor que nos dizia a resposta mais adequada àquela época: “Se um dia a máquina quiser nos dominar, é só desligá-la da tomada” – guardadas as devidas proporções, quem fizer a programação da “máquina” deverá prever esse tipo de inversão de valores. Independente dos temores, já existem algumas áreas onde a inteligência artificial está sendo utilizada e com bastante sucesso. Alguns exemplos:
Saúde
A área da saúde é uma das grandes beneficiárias da inteligência artificial. Hoje existem empresas que utilizam esse mecanismo para ajudar os médicos no diagnóstico. O paciente informa o que está sentindo (escrevendo ou falando) e o mecanismo de inteligência artificial – baseado em seu banco de dados (de petabytes de informação) – indica ao médico os possíveis diagnósticos e possíveis medicações.
A mesma coisa com exames clínicos. Baseado em todos os seus exames anteriores e atuais, o mecanismo de inteligência artificial os analisa e aponta quais os possíveis sintomas ou quais os índices dos seus exames não estão bons, e informa o que fazer para melhorar esses índices e possíveis medicações.
Segurança da informação
Na área de segurança da informação a inteligência artificial terá (já tem) um papel fundamental. No caso de invasões e vazamentos de informação, essas geralmente são provocadas por hackers (ou crackers) e eles se utilizam de softwares e alguns mecanismos para essas invasões. Os mecanismos de inteligência artificial estão aprendendo rapidamente como os hackers realizam seus ataques e “intromissões”, e estão conseguindo bloqueá-los de maneira bastante eficiente. E cada novo ataque de um hacker é mais um aprendizado para o mecanismo de inteligência artificial; portanto, quanto mais se ataca um computador, mais a inteligência artificial aprende, e isso com o tempo vai certamente enfraquecer os hackers.
Hábitos e comportamentos
Essa talvez seja uma área em que a inteligência artificial esteja a pleno vapor e já podemos, inclusive, ver os seus resultados. Um exemplo é o que você posta em suas redes sociais – baseado nas informações que você já tem no cadastro, e em seus posts, os mecanismos de análise cognitiva e de inteligência por trás dessas redes conseguem “saber” se você está triste naquele dia, se está com seu lado político mais aflorado, se quer comprar uma bolsa ou um sapato novo, se quer viajar e pra onde, ou se simplesmente está de passagem por ali. Inclusive, já conseguem analisar até as imagens das suas fotos postadas com amigos ou marcadas por eles.
Esses são alguns exemplos (existem muitos outros) de onde a inteligência artificial já está produzindo resultados. Ela não veio para ser simplesmente utilizada como algo “mau”, mas para coisas que realmente vão tornar a vida das pessoas melhores e resolver problemas de maneira mais rápida e assertiva. Confiemos que seja assim.
*Juarez Araújo é Diretor Comercial da DBACorp
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