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Só Big Data pode lidar com tsunami de informações de IoT, diz especialista

Segundo André Gradvohl, algoritmos de big data são melhor forma para tratar estrategicamente grande volume de dados
Só Big Data pode lidar com tsunami de informações de IoT, diz especialista

Embora ainda não tão massificada, a Internet das Coisas já é realidade e tende a aumentar cada vez mais. Estimativa do Gartner aponta que, em 2020, serão 20,8 bilhões de ‘coisas’ conectadas gerando cerca de 44 trilhões de gigabites de dados. Todos esses dados, quando analisados, podem extrair informações importantes para diversos campos do conhecimento.

Uma modalidade do big data que deve colaborar com a análise de grandes volumes de dados é o Data Stream

O conceito de big data representa uma revolução na análise de dados armazenados e, cada vez mais, sua aplicação será imprescindível. “Podemos usar big data em qualquer situação onde é possível coletar um grande volume de dados para fundamentar a tomada de uma decisão”, explica o membro Sênior do IEEE – Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos, André Gradvohl, Doutor em Ciência da Computação, e Professor da Universidade de Campinas.

Por conta dessa capacidade, Gradvohl projeta que a internet das coisas e as cidades inteligentes serão campos férteis para a utilização desse método de análise. O aumento do volume de dados que as ‘coisas’ ligadas a internet geram e com os processos das cidades cada vez mais automatizados, os algoritmos para big data são a melhor alternativa para tratar o “tsunami” de dados, avalia o professor.

“Imagine que temos dispositivos saturando a internet de dados o tempo inteiro. Se esses dados não forem tratados ou armazenados, então não faz sentido ter dispositivos ligados na rede”, destaca.

Uma utilização popular do big data hoje é nos setores de marketing. A partir da análise de dados, é possível traçar um perfil fiel do consumidor, elaborar campanhas de comunicação cada vez mais assertivas e entender padrões de compras, por exemplo.

Artur Ziviani, Membro Sênior do IEEE Communication Society e Pesquisador do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Informação (MCTI), esclarece que “os dados coletados podem ser usados para analisar quais produtos são geralmente comprados em conjunto, o impacto das promoções de um produto na melhoria das vendas de outro produto relacionado, o quão sensível o usuário é permanecer fiel a uma marca, etc. Todas essas análises podem desencadear campanhas de marketing direcionadas ou tornar o conjunto de perfis de usuário um recurso para as estratégias de condução no mercado de varejo”.

Mas as aplicações da técnica vão além. Análise de produtividade, segurança, aperfeiçoamento e otimização de serviços, descobertas arqueológicas, previsão de explosões solares, monitoramento de trânsito, saúde e segurança são algumas das milhares de finalidades do big data. Entretanto, ainda é preciso desenvolver muitas técnicas para lidar com essa massa de dados e suas aplicações.

Para Gradvohl, estamos em um momento da pesquisa científica onde querem aplicar big data em quase tudo. “Em outras palavras, dizemos que estamos em um pico de expectativas inflacionadas. Contudo, não temos tantos dados assim em todas as situações. Além disso, em muitas situações é fundamental a presença do especialista humano para a solução do problema, com seus insights e experiências”.

Tendência

Uma modalidade do big data que deve colaborar com a análise de grandes volumes de dados é o Data Stream, técnica que envolve a análise de dados gerados online, antes de serem armazenados. “O Data Stream pode evitar um esgotamento da capacidade de armazenamento, pois, ao invés de armazenar dados brutos para processamento posterior, podemos processá-los imediatamente após a sua produção e obter informações mais completas. Dessa forma, armazenamos apenas o que interessa – a informação processada – ao invés de armazenar dados brutos”, completa o professor.

Basicamente a diferença está no movimento dos dados. “Enquanto os algoritmos para big data processam dados estáticos, armazenados em grandes volumes, em grande variedade de formatos e em grande velocidade – os chamados três Vs do big data – em Data Stream o processamento é dinâmico, realizado enquanto os dados estão em trânsito, isto é, quando são transmitidos de uma fonte para um destino”, esclarece Gradvohl.

Um dia na vida conectada

O Instituto de Engenheiros Eletricista Eletrônicos – IEEE, organização mundial dedicada ao avanço da tecnologia, lançou o hot site interativo “A Day in a Connected Life” para exemplificar dispositivos que podem ser conectados à rede, quais dado podem ser extraídos deles e como eles podem ser utilizados. Disponível neste link.

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