
Há dois anos, apenas 38% dos líderes de TI implantavam infraestrutura em que a interconexão estava no centro das decisões. Hoje esse percentual é de 84%, de acordo com a pesquisa “A Empresa do Futuro” aplicada com mais de 1 mil líderes de tecnologia, realizada pela Equinix, companhia global de serviços de data center e interconexão. Segundo o levantamento, entre as empresas que já possuem estratégias de interconexão, mais de um terço arrecada cerca de US$ 10 milhões em ganhos em receita e economia de custos.
Neste cenário, a nuvem é um fator crítico para o sucesso do negócio. Afinal, tem um potencial de empoderar qualquer organização para aumentar a capacidade de interconexão e escalabilidade, expandindo a presença global, melhorando a performance das aplicações e impulsionar a qualidade da experiência dos usuários. Atualmente, 48% das empresas estão substituindo a tecnologia local herdada por plataformas e aplicações em nuvem. Até 2019, os gastos de TI com infraestrutura de nuvem devem alcançar U$ 54,6 bilhões, de acordo com estudos da IDC.
Em 2020, cerca de 70% de todos os investimentos em softwares, serviços e tecnologias estarão baseados na nuvem, conforme a pesquisa Future Scape Worldwide Cloud Predictions. Há, portanto, uma transição da “era conectada” para a “era interconectada”, na qual os modelos de negócios são interdependentes e companhias buscam vantagem competitiva por meio da economia colaborativa de empresas e provedores de soluções através de conexões seguras, confiáveis e, acima de tudo, interligadas.
Para Nelson Mendonça, diretor de Operações da Equinix, a nova economia digital exige a interconectividade, que por sua vez requer eficiência e custo sob demanda, mas deixa um legado para o setor mudando perspectivas.
“Com o aumento do uso de redes interconectadas, o data center deixa de ser um centro de custo e passa a ser um centro de receita, porque permite que as empresas consultem serviços disponíveis no mesmo datacenter, que passa a conectar toda a cadeia”, avalia.
É por isso que a Equinix acaba de dobrar a capacidade e inaugurar um quinto data center no Brasil. Com investimentos na ordem de US$ 69 milhões na primeira etapa de construção, essa iniciativa reforça a visão da companhia sobre a transformação digital das empresas, na qual as áreas de TI apoiarão as áreas de negócio por meio de interconexão. Por isso, o objetivo da organização é fomentar negócios entre as empresas hospedadas em seus data centers – sejam elas nuvens, provedoras ou fornecedores de soluções.
A nova infraestrutura já conta com mais de 30 clientes – quase o dobro da quantidade de companhias que já estavam hospedadas no data center de Tamboré, quando foi inaugurado em 2011. Embora a estratégia interconectada garanta vantagens competitivas, também traz consigo um cenário desafiador em termos de segurança, gestão de custos e desempenho.
Arquitetura orientada para interconectividade
À medida que as empresas desenvolvem sua capacidade e arquitetura para se conectar, se comunicar e colaborar com clientes, parceiros e funcionários, há uma mudança de desafios, oportunidades e perspectivas. Nesse sentido, o mercado observa três grandes movimentações:

Hiperconectividade de redes
Busca por diferentes meios de conexão à rede, o que está associado à necessidade de as empresas otimizarem custos e garantirem mais disponibilidade. Diante dessa necessidade de conectividade em diversas redes, o integrador assume um papel mais estratégico, porque antes as companhias compravam links de operadoras, mas agora procuram canais com solução baseada em software, o que traz mais flexibilidade de trabalhar com a melhor opção de conexão local. “Para o canal dá a possibilidade nova de atuar em um mercado que antes era dominado por operadoras”, avalia Augusto Panachão, Diretor de Cloud e Soluções da Dimension Data.

Múltiplas nuvens
Com a especialização de nuvens, aumenta a oferta de serviços específicos de acordo com a necessidade de cada aplicação e servidor. Sendo assim, uma única empresa passa a trabalhar com múltiplas nuvens, definindo a mais adequada para cada necessidade. Aqui o desafio está em encontrar a melhor ferramenta de gestão de nuvem que permita movimentação entre a pública e privada e que possa suportar diferentes provedores, mantendo segurança.

Microserviços
Mais do que aplicações e servidores me nuvem, a tendência é que haja a gestão de microserviços em múltiplas nuvens. “O canal hoje tem condição de reduzir a complexidade da gestão de diferentes nuvens, microserviços, links, por meio de uma gestão compartilhada com as empresas, o que dá mais eficiência para área de TI”, pondera Panachão.
Sala de aula interconectada

Com unidades em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, totalizando 10 mil alunos, entre os cursos de graduação e pós-graduação, e 1.500 funcionários, a ESPM tinha o desafio de manter toda essa comunidade conectada. Alunos conectados em softwares de aula à distância, mais de 2 mil contas no Exchange e a necessidade de manter disponibilidade e agilidade.
Atualmente, cerca de 99% do ambiente de TI da ESPM é virtualizado e interconectado, trabalho realizado pela fornecedora de serviços e soluções de TI Triple S, parceira da Veeam. A instituição também conta com três data centers – um principal em São Paulo e dois menores nas unidades do Rio de Janeiro e Porto Alegre.
De acordo com Rick Vanover, diretor de marketing de produtos técnicos da Veeam, quando se trata de mobilidade corporativa é preciso evitar o lock-in (aprisionamento tecnológico). “Há uma necessidade por uma experiência melhor de disponibilidade, quando as aplicações e os dados podem estar disponíveis, independentemente de onde as cargas de trabalho estejam”, pondera.
O fato é que organizações de todos os tipos querem que suas redes interconectadas, aplicações e serviços estejam sempre disponíveis. Entretanto, quando há mais componentes, há mais complexidade. As empresas têm uma oportunidade hoje de prover mais aplicações acessíveis, mantendo-os mais disponíveis do que nunca. E o canal tem o papel fundamental de reduzir e gerir essa complexidade.

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