A retração econômica do País prejudicou os investimentos das empresas em TI nos últimos quatros anos mas a partir desse ano é prevista uma retomada, apontou a 28ª Pesquisa Administração e Uso da TI nas Empresas, realizada pela Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP). Segundo o estudo, em 2000, o gasto em TI teve uma aceleração e chegou a representar 12% do faturamento das empresas, mas a partir de 2014 ficou estável em 7,6%. Para 2017, a tendência é de retomada da taxa de crescimento.
Segundo o professor Fernando Meirelles, responsável pela pesquisa, as maiores taxas de crescimento são das empresas menos informatizadas e do setor de serviços. O gasto total das médias e grandes empresas nacionais costumam girar entre 0,1% e 20% da receita líquida.
Segundo o levantamento, o setor de serviços, considerando a medias e grandes empresas, foi o que apresentou o maior aumento dos gastos com TI (11%), bem acima da indústria (4,5%) e do segmento de comércio, que se manteve como o que menos gasta e investe em tecnologia da informação (3,5%).
Embora o índice investimento tenha se mantido inalterado, o custo anual por usuário (Capu) — que é o resultado dos gastos e investimentos em TI no ano dividido pelo número de usuários — continua crescendo e atingiu R$ 35 mil. O setor financeiro é o que tem o maior custo, de cerca de R$ 70 mil ao ano, seguido pelo segmento de serviços, cujo CAPU é de R$ 41,3 mil ao ano. O comércio, em decorrência de ser o que menos investe, é o que apresentou o menor custo, de cerca de R$ 22 mil ao ano.
Há dois anos, o estudo da FGV alertava que para cada 1% a mais de gasto e investimento em TI, depois de dois anos, o lucro das companhias aumentou 7%. E essa proporção segue válida em 2017. “TI é o diferencial ainda mais em tempos de ruptura como a que está sendo provocada pelos smartphones”, completa Fernando Meirelles.
Smartphones e computadores
A pesquisa mapeou ainda que o número de smartphones em uso no Brasil vai se equipar ao de habitantes em outubro deste ano: 208 milhões e pode chegar a 236 milhões nos próximos três anos. O IBGE estima a população brasileira em pouco mais de 206 milhões de habitantes. Hoje, o País tem 198 milhões de celulares inteligentes em uso, crescimento de 17% na comparação com os dados da pesquisa do ano passado.
Atualmente, o Brasil tem também 162,8 milhões de computadores (entre notebooks, tablets e desktops), 5% a mais que 2015. Até o final do ano serão 166 milhões de computadores em uso – o número inclui cerca de 33 milhões de tablets.
A previsão é que, no final do ano, o País teria quatro computadores para cada cinco habitantes. Os dados mantêm o Brasil à frente da média mundial de 66 dispositivos para cada cem habitantes. Nos Estados Unidos a proporção é consideravelmente mais alta: 144 aparelhos para cada cem pessoas.
Para Meirelles, a previsão é de que o País atinja a marca de um computador por brasileiro até 2022, quando chegar ao número de 210 milhões de computadores na base instalada. A amostra da pesquisa teve 2.540 respostas válidas, dentro de mais de 8.000 empresas pesquisadas por alunos de graduação e de pós-graduação da GV, formando uma amostra equilibrada e representativa das médias e grandes empresas nacionais de capital privado, 66% das 500 maiores estão na amostra.
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