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O gap tecnológico está diminuindo!

As organizações e os indivíduos estão passando por um processo de transformação digital que deve ter profundo impacto na forma como todos se relacionam. Esta transformação tem como base a integração, que por sua vez é decorrente por um lado pelas novas exigências das empresas e das pessoas, e por outro lado é consequência da evolução e da inovação tecnológicas.

A Tecnologia de Informação e Comunicação sempre evoluiu e teve ciclos de inovação. No passado recente, esta dinâmica resultou na crescente capacidade de processamento e armazenamento, diminuição significativa do seu tamanho e custo, permitindo o embarque desta tecnologia em praticamente todos os equipamentos, tanto no ambiente empresarial como pessoal.

O ambiente de negócios também evoluiu com destaque para a globalização e integração independente das restrições de localização física.

Similar ao dilema de quem vem primeiro “o ovo ou a galinha”, a tecnologia busca e oferece um alto grau de integração, e as empresas buscam e precisam de ampla integração. Com isso, nunca estivemos tão prontos para realizar a integração digital entre empresas, pessoas, comunidades etc.

O mundo será cada vez mais interconectado, permitindo que as empresas se conectem interna e externamente, com sua cadeia de valor, seus fornecedores, clientes e colaboradores, com pessoas e coisas. As pessoas vão se conectar e interagir pelo meio digital com as outras pessoas, com as empresas para comprar, vender, trabalhar, colaborar e pesquisar, tanto de forma direta como indireta. As coisas vão se conectar e interagir intermediadas por tecnologia, sem exigir que as pessoas interfiram para que funcionem e realizem as tarefas de forma adequada.

Este nível de interconexão, ou integração, vai exigir e permitir que todos e tudo estejam em rede e que as redes também se interconectam. Esta integração ampla e livre teve início na Internet e agora evolui para a Internet das Coisas. Esta integração permite que as pessoas se conectem com as coisas, que se conectam com outras coisas de outras pessoas e de empresas, que se conectam com outras empresas, outras pessoas e outras coisas, que voltam a se conectar com as pessoas.

Este ambiente vai permitir a transformação digital das relações entre pessoas, empresas e coisas, num grande ciclo de inovação com capacidade de revolucionar a forma como todos e tudo se relacionam. Para isso, será necessária a junção de várias inovações tecnológicas, incluindo aquelas que já se fala a um tempo, como big data para guardar todas as informações geradas por todos e por tudo que estejam conectados.

Este nível de conexão não será aproveitado se não houver a capacidade de processamento compatível, que é a computação cognitiva. O processamento e as informações vão estar nas nuvens, sejam elas públicas ou privadas, contanto que estejam integradas. As pessoas e as coisas vão então poder aprender e agir com base nestas informações, as máquinas vão aprender ou seja vamos usar machine learning. As transações vão poder ocorrer sem intermediários por que todas as informações vão estar armazenadas e conectadas no ambiente digital usando blockchain.

A diferença entre a disponibilidade de tecnologia e sua assimilação sempre existiu e vai existir. Mas, neste momento, este gap está sendo pressionado e vai diminuir, tanto pela acessibilidade da tecnologia como necessidade e habilidade das empresas e das pessoas.

O uso intenso de tecnologia vai trazer novos desafios sociais e econômicos, que exigirão responsabilidade e uma grande capacidade de aprender e se adaptar, sem deixar que haja dissonância social, uso não ético da tecnologia e aumento das diferenças e capacidades socioeconômicas.

Este novo ambiente altamente interconectado vai trazer ganhos de eficiência, agilidade, liberdade, flexibilidade, possibilidade de desintermediação, descoberta de novas formas de interação e integração social, criação de novos modelos de negócio e redução drástica das restrições de tempo e lugar. A sociedade pode ganhar muito com o uso consciente e responsável da tecnologia.

*Alberto Albertin é coordenador da linha de pesquisa em Tecnologia da Informação do Mestrado Profissional em Gestão para a Competitividade da FGV EAESP

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