A crise passou longe da porta da Ramo Sistemas. A empresa, parceira da SAP para a venda do Business One, viu a receita saltar 46,5% em dois anos e, em 2016, faturou R$ 31,5 milhões. A especialização em pequenos e médios negócio foi o principal impulsionador. Segundo Décio Krakauer, presidente da Ramo, o setor de PMEs no Brasil tem 6 mil empresas e 45% das não tem um sistema de gestão.
Para 2017, ano em que a Ramo completa 35 anos, a empresa busca manter o crescimento em patamares de 17% e, para isso, investiu R$ 1 milhão na abertura de oito Unidades de Negócios, que serão distribuídas pelas regiões Sul, Sudeste, Norte e Nordeste.
A Ramo é um parceiro Master VAR da SAP – o que significa que ela pode cadastrar e treinar revendas – e possui uma rede de canais com 170 parceiros. Foi dessa base que a companhia selecionou os oito parceiros, com critérios como região, rendimento e competência. Eles receberam aporte para investir em marketing e capacitações, carregar a estrutura da Ramo e passam a atuar exclusivamente com a marca.
“A ideia agora é fortalecer esses parceiros. Existem mais 30 fortes candidatos para a expansão desse plano. Temos planos de ter mais três ou cinco novas unidades de negócios neste ano”, frisa Krakauer.
Os escritórios funcionarão nas cidades de Campinas e Ribeirão Preto (SP), Curitiba (PR), Porto Alegre e Grande Porto Alegre (RS), Ipatinga (MG), Recife (PE) e Manaus (AM). Com isso, a empresa consegue aumentar a capilaridade, já que além das novas unidades, tem duas filiais no Rio de Janeiro e uma em Belo Horizonte, além da sede em São Paulo. Krakauer conta que no médio prazo, a ideia é ter as UNs como um hub estratégico. A partir de 2018, o executivo não descarta a mudança no modelo. “Poderemos pensar na possibilidade de transformá-las em franquias”, diz.
Canais
Os 170 parceiros da Ramo estão distribuídos em 50 cidades no Brasil, suportando clientes de segmentos como alimentício, agrobusiness, distribuição de medicamentos, laticínios, distribuição e logística, clubes esportivos, varejo, oléo & gás, food & services e beleza.
As vendas diretas estão concentradas em São Paulo e indiretas são realizadas por meio de parceiros. Segundo a empresa, nos últimos 5 anos, 60% dos novos negócios vieram de canais.
On premisse
Para muitos, a crise fez fechar as portas. Para a Ramo trouxe muitas oportunidades. Segundo o presidente da empresa, nesse momento as empresas buscam uma solução de software de gestão de negócios. No entanto, ele frisa que o modelo on premisse ainda protagoniza as vendas da empresa, representando até 60%. Já projetos de cloud foram 40% dos negócios fechados no ano passado. A tendência é equilibrar em 50% em 2018.
A Ramo busca a inovação como norte para crescer e, há 35 anos no mercado, ainda avalia que o potencial deste mercado ainda não foi absorvido. “O mercado de inovação é cruel. Quem não se adaptar vai morrer. Podemos trilhar um caminho e talvez daqui a dois ou três anos podemos ver que não estava certo”, afirma Krakauer, citando as tecnologias de CRM e de BPO como exemplos.
Mas a empresa, fundada em 1982, já se considera madura o suficiente para seguir. Em determinado momento, a empresa, que tinha um ERP próprio, resolveu vender exclusivamente SAP. Era 1 ERP Ramo para 15 SAP. Foi arriscado, mas eficiente. Da base de clientes, 50% da base fez a migração.
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