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Com Trump e Brexit na bagagem, Cambridge abre escritório no Brasil

Chegada da empresa de Big Data ao País se dá por meio de um acordo com André Torretta, conhecido no mundo do marketing político
Com Trump e Brexit na bagagem, Cambridge abre escritório no Brasil

Com investimentos de cerca de US$ 1 milhão, desembarca no Brasil a Cambridge Analytica. A empresa de Big Data que atuou nas campanhas do Brexit, no Reino Unido, e de Donald Trump, nos Estados Unidos, chega ao País a tempo de trabalhar nas imprevisíveis eleições de 2018, que terá orçamento reduzido por conta das novas regras de financiamento eleitoral. Além das campanhas políticas, atuação com marcas também está no alvo da Cambridge Analytica.

A Cambridge usa o Big Data para medir traços psicológicos, como a personalidade, para identificar necessidades, medos e até prever comportamentos

A presença da Cambridge no Brasil se dá por meio de um acordo com André Torretta, fundador da consultoria Ponte Estratégia, voltada para a classe C e conhecido no mundo do marketing político. Segundo reportagem do Valor Econômico, o fundador e presidente da Cambridge, Alexander Nix, disse ver “muitas oportunidades no Brasil”. No entanto, ponderou que o Big Data não é a solução para todos os males e não consegue transformar um candidato ruim em bom. “O que se pode fazer é detectar as minorias que podem ser atingidas da melhor forma”, disse.

A Cambridge usa a metodologia da psicometria, às vezes chamada de psicografia. Trata-se de usar a medição de traços psicológicos, como a personalidade, para identificar necessidades, medos e até prever comportamentos. A técnica funciona com base no Big Five, que avalia pessoas com base em cinco traços: abertura (a novas experiências), consciência (perfeccionismo), extroversão (sociabilidade), condescendência (cooperatividade) e neuroticismo (temperamento). Com base nessas dimensões – conhecidas pela sigla em inglês OCEAN – é possível fazer uma avaliação relativamente precisa de qualquer pessoa.

Os perfis podem ser traçados por meio de informações obtidas em bancos de dados públicos – IBGE e outros órgãos de governo – e também de bases privadas (Serasa Experian, Bluekai, Navegg, Facebook, por exemplo) e fornecidas pelos clientes. Em seu site, a Cambridge afirma que coleta até cinco mil tipos de informação de mais de 220 milhões de americanos e usa mais de 100 variáveis para modelar grupos de audiência e prever o comportamento de pessoas com interesses comuns.

Analistas avaliam que a abordagem da Cambridge foi a grande responsável pela vitória de Trump, ao permitir uma comunicação bastante precisa com os eleitores. No caso das eleições de 2018, Torretta afirmou ao Valor que a atuação poderá se dar de duas formas: pela venda de acesso aos sistema de análise de dados e pela atuação na estratégia da campanha. No primeiro caso, vários partidos e candidatos poderão ser clientes. Já no trabalho estratégico, a atuação será limitada a apenas um candidato.

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