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Incentivos desalinhados e excesso de confiança das empresas são vantagens para o cibercriminoso

Estudo aponta que 93% das organizações pesquisadas possuem uma estratégia de segurança cibernética, mas apenas 49% as têm plenamente implementadas

A Intel Security, em parceria com o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), divulgou o estudo global ‘Tilting the Playing Field: How Misaligned Incentives Work Against Cybersecurity’,que aponta que mais de 90% das organizações relatam possuir uma estratégia de segurança cibernética, porém, menos da metade as implementou integralmente. Além disso, 83% disseram que suas organizações foram afetadas por violações da segurança cibernética, indicando uma desconexão entre estratégia e implementação.

“O mercado de criminosos cibernéticos está preparado para o sucesso por conta de sua própria estrutura, a qual rapidamente recompensa a inovação e promove o compartilhamento das melhores ferramentas”, Candace Worley, da Intel Security

A pesquisa mostra ainda que, não apenas existem poucos incentivos para os profissionais de segurança cibernética, como os executivos estavam muito mais confiantes do que a equipe operacional no que diz respeito à eficácia dos incentivos existentes. Por exemplo, 42% dos implementadores de segurança cibernética relataram que não existem incentivos contra apenas 18% dos tomadores de decisão e 8% dos líderes.

“O mercado de criminosos cibernéticos está preparado para o sucesso por conta de sua própria estrutura, a qual rapidamente recompensa a inovação e promove o compartilhamento das melhores ferramentas”, disse Candace Worley, VP de Enterprise Solutions da Intel Security. “Para que os profissionais cibernéticos e de TI no governo e nas empresas possam competir com os atacantes, eles precisam ser tão perspicazes e ágeis quanto os criminosos que buscam capturar, e ainda oferecer incentivos que valorizem a equipe de TI.”

O estudo revela que existem três categorias de incentivos desalinhados que criam ambientes propícios a ataques: estruturas corporativas versus o livre fluxo de empresas criminosas; estratégia versus implementação; e executivos seniores versus profissionais em funções de implementação. O relatório destaca maneiras de como as organizações podem aprender com os criminosos cibernéticos visando corrigir esses desalinhamentos.

Com base em entrevistas e uma pesquisa global com 800 profissionais de segurança cibernética de cinco setores industriais, o relatório descreve como os criminosos cibernéticos estão em vantagem, graças a incentivos para o crime cibernético que geram um grande negócio em um mercado flexível e dinâmico. Os defensores, por outro lado, frequentemente atuam em hierarquias burocráticas, o que os pressiona intensamente para acompanhar a demanda.

“É fácil elaborar uma estratégia, mas a execução é difícil”, diz Denise Zheng, diretora e membro sênior do programa de política tecnológica no CSIS. “Como os governos e as empresas abordam e tratam seus incentivos desalinhados irá ditar a eficácia de seus programas de segurança cibernética. Não é uma questão de o ‘quê’ precisa ser feito mas sim, determinar o ‘porquê’ não está sendo feito e ‘como’ fazer isto melhor.”

Outras conclusões decisivas do relatório incluem o seguinte:

  • Não executivos têm três vezes mais probabilidade em comparação aos executivos de observar os déficits de recursos financeiros e humanos como causadores de problemas para a implementação da sua estratégia de segurança cibernética.
  • Apesar de incentivos para profissionais segurança cibernética estejam faltando, 65% estão motivados pessoalmente a fortalecer suas organizações de segurança cibernética.
  • 95% das organizações já sofreram os efeitos das violações de segurança cibernética, incluindo interrupção das operações, perda de PI, danos à reputação e à marca da empresa, entre outros efeitos. Contudo, apenas 32% relataram experiências de perda de lucros ou receita, o que pode levar a uma falsa sensação de segurança.
  • O setor governamental foi o menos susceptível a relatar dispor de uma estratégia de segurança cibernética totalmente implementada (38%). Esse setor também teve uma maior participação de agências com inadequados recursos financeiros (58%) e humanos (63%) em comparação com o setor privado (33% e 43%).

O relatório também sugere maneiras sobre como a comunidade de defesa pode aprender com as comunidades de atacantes. Isso inclui:

  • Optar pelo security-as-a-service para combater o modelo de crime cibernético como um serviço do mercado criminoso.
  • Usar divulgação pública.
  • Aumentar a transparência.
  • Reduzir barreiras de entrada para o pool de talentos cibernéticos.
  • Alinhar os incentivos de desempenho desde a liderança sênior até os operadores.

A boa notícia, segundo os autores do relatório, é que a maioria das empresas reconhece a gravidade do problema da segurança cibernética está disposta a enfrentá-lo. As organizações necessitam mais do que ferramentas para combater os atacantes cibernéticos; a experimentação é necessária para determinar a combinação certa de métricas e incentivos para cada organização, na medida em que abordam a segurança cibernética como mais do que simplesmente uma estrutura consciente de custos e se tornam mais inovadoras em sua estrutura e processos organizacionais.

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